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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Round 6 - Uma visão além do entretenimento

 Eu sempre busco falar aqui no blog sobre a profundidade das produções coreanas...

Olá meu povo ceis tão baum?!

Hoje nós vamos falar sobre Squid Game ou Round 6 uma série coreana  que bombou desde seu lançamento.

Ela foi e continua sendo alvo de várias notícias diariamente desde então.




Título: Squid Game 
Ano: 2021
País: Coreia do Sul
Episódios: 9
Temporada: 1
Gênero: Drama/ Thriller
Criador: Hwang Dong-hyuk
Elenco: Lee Jung-jae,Park Hae-soo,Wi Ha-jun
Sinopse: Centenas de jogadores falidos aceitam um estranho convite para um jogo de sobrevivência. Um prêmio milionário aguarda, mas as apostas são altas e mortais.


Eu pensei bastante antes de me propor a escrever este post, primeiro porque já tem uma galera postando conteúdo sobre, segundo porque já existem milhares de teorias a respeito da série, então confesso que fiquei desmotivada a escrever, porém em meio a esse turbilhão de acontecimentos um especificamente me chamou  atenção e é sobre ele que iremos falar agora.

*Eu nunca trouxe essa abordagem para o blog e pra quem não sabe eu me  formei terapeuta complementar e sigo fazendo meu curso de psicanálise feliz da vida, então minha análise hoje vai ser diferente do que costuma ser.



A série

Que eu sou apaixonada por conteúdo coreano quem me acompanha aqui sabe e não é segredo para ninguém, e é fato que pouco a pouco eles vem conquistando um grande público pela qualidade de seus trabalhos.
Round 6 é uma série muito bem construída e na minha opinião atinge a dois tipos de público, o primeiro é aquele que faz viralizar conceitos bobinhos e que de fato vão se apegar apenas ao conteúdo literal da série, enquanto o outro público vai observar cada representação de cada elemento e compreender que Round 6 não é uma simples série de entretenimento e sim uma chamada a consciência sobre fatos que são REAIS na construção da nossa sociedade.




ATENÇÃO CONTÉM SPOILER 

A série em si traz uma premissa despretensiosa e isso fica evidente desde o primeiro episódio, mas se engana quem pensa que vai se manter assim até o fim.
O contexto no qual a série se desenvolve é extremamente aplicável a nossa vida diária.
A análise começa a partir da escolha dos participantes do grupo, já parou para pensar porque escolheram os endividados?
Todos são convidados a jogar um jogo, e a partir dai se estabelece o mistério sobre quais seriam os jogos, mas olhando a grosso modo faria mesmo diferença saber quais seriam?
Batatinha frita 1,2,3 um joguinho de criança...
Será se você passaria dessa primeira fase?
Além de nos envolver numa esfera infantil onde a pureza ainda se encontra viva dentro de nós esse episódio me fez pensar em como o ser humano tem dificuldade em prestar atenção e a seguir regras, dificuldade em ouvir para depois agir.




Outro ponto a ser levado em conta é que os participantes tinham  o poder da escolha.
Cada brincadeira a seguir colocava em questão atitudes éticas e morais de cada indivíduo, e tudo isso foi explorado profundamente a cada episódio.
Questões como a exclusão de mulheres e idosos, o uso do sexo e mentiras para obter benefícios próprios,  o exercício do poder da classe alta sobre a massa, a impressão igualitária que muitas vezes nos é imposta apenas em teoria, e tantos outros pontos que eu poderia falar aqui por horas.

Tudo isso abordado ludicamente em uma série perfeitamente elaborada para despertar a reflexão de que nós somos os jogadores, infelizmente quase ninguém percebeu isso.

Então aquela reflexão profunda sobre pensamentos e comportamentos que poderiam libertar a grande massa se resumiu a memes, reprodução de alguns jogos e a crítica sobre a série usar brincadeiras de criança em um contexto como esse...

*Essa questão sobre a crítica com relação a brincadeiras de  crianças na série eu vou aprofundar no meu outro blog confere lá  

O que me leva a crer que existe um esforço gigantesco da nossa parte em não olhar pra coisas importantes mesmo quando são trazidas de maneira tão simples como uma sopinha de neném.
Acho muito importante pensarmos que o cinema e as artes são justamente a expressão de um inconsciente coletivo o qual não devemos ignorar.
É obvio que compreender a proposta da série talvez não cause uma grande revolução, mas pelo menos tiraria uma trava gigantesca dos nossos olhos, grande parte das produções coreanas trazem essa concepção, um pensamento inteligente inserido na arte.
Infelizmente isso ainda passa batido.



Em termos gerais Round 6 é uma produção completa e bem estruturada, promove reflexões e atende a diversos públicos, é extremista na medida certa para causar impacto, sútil a ponto de encher de mensagens subliminares cada parte de sua composição, grotesca a ponto de criar uma dose de desconforto e artística para que a gente compreenda que a arte também faz parte do cotidiano.
Round 6 traz um apunhado de práticas humanas que a gente finge não ver mas que estão ai acontecendo de maneira escancarada sem causar incomodo algum em absolutamente ninguém.

PS: Com a repercussão que ela causou as discussões deveriam estar sendo outras, não é que devamos problematizar tudo, mas quando um banquete desses é servido é hora de começar a analisar... 

E você o que achou da série, deixe ai nos comentários vou adorar saber.

Batatinha frita 1,2,3















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