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terça-feira, 5 de julho de 2022

O farol | Não é pra qualquer um

Oi genteee!

Recentemente fiz uma postagem sobre o filme  O homem do norte contando para vocês como fiquei encantada com aquela produção, pois bem... Eu já havia assistido ao filme A bruxa do mesmo diretor e percebi que faltava algo, sim, eu ainda não havia assistido um de seus filmes, confesso que com base na qualidade dos dois filmes anteriores eu fui cheia de expectativa em ver esta produção e me deparei com algo completamente atípico, ousado e sem dúvida destinado a um público muito específico.

Vamos ao filme!



Título: The Lighthouse
Ano: 2019
País: EUA
Duração: 1h 49m
Gênero: Terror/ Drama
Direção: Robert Eggers e Max Eggers
Elenco: Willem Dafoe/ Robert Pattinson/ Valeriia Karaman

O filme 

O filme se passa no finzinho do século XIX e conta a história de Ephraim Winslow um jovem rapaz que ao buscar um novo trabalho  é enviado a uma ilha remota em nova Inglaterra a fim de auxiliar o faroleiro local Thomas Wake.
O local é enlouquecedor e as consequências do isolamento destes homens começa a tomar proporções inimagináveis, entre tempestades e goles de querosene, o novato tenta desvendar os mistérios que existem nas histórias de pescador de seu chefe.




Falando sobre

Robert Eggers é um gênio! Pronto posso acabar este post por aqui... 😜
Esta claro que minha expectativa foi suprida não é mesmo, O farol é sem qualquer sombra de dúvida um filme excepcional a começar pelo modo em que foi filmado, me parece que Eggers prioriza mesmo a qualidade de seus trabalhos ainda que isso cause estranheza ou rejeição por parte de algumas pessoas.
De fato os filmes dele não se destinam a qualquer publico, pois tem uma personalidade marcante e provocativa.
Filmado em preto e branco com lentes 35 mm, porque sim... Eggers teve toda uma preocupação visual  nesta obra e isso tem um porque de ser, a princípio ver aquela imagem sem cor e quadrada na tela causa um certo incomodo, mas evidencia a solidão daquele ambiente, além de camuflar bem algumas cenas grotescas.
É claro que o objetivo do diretor ao optar por este formato tem implicações ainda mais profundas que fazem deste filme o que ele é, espetacular.





O farol é um filme que conta com 3 personagens apenas e se arrasta por uma trama bem lenta e exaustiva, porém preciso deixar claro que isso não é um problema, não dentro do contexto ao qual ele se propõe, isso realmente expressa com clareza as emoções dos personagens envolvidos.
E os personagens? 
Gente as atuações neste filme beiram a perfeição, acho que dispensa qualquer fala a respeito.
Já o roteiro...Minha nossa!
O roteiro é uma via de mão dupla daquelas que você escolhe o caminho que deseja seguir, e confesso que é isso que me apaixona num filme, a possibilidade de diversas interpretações aqui é bem presente e isso se estende para o pós filme com certeza.



Eggers trabalha na subjetividade, no campo simbólico e por isso o filme pode parecer confuso para alguns, e como disse no post sobre O homem do norte ele é um cara com conhecimento de causa nas questões místicas e mentais do contrário seria impossível realizar um trabalho tão bem feito dentro destas questões.
E cara esse filme é muito bom.

Olhar psicanalítico

Você pode olhar para a trama levando em conta os dois personagens, cada qual com sua história e comportamento peculiar, mas em determinado ponto as similaridades se tornam tão profundas entre eles que podemos ter a impressão de que eles se fundem entre si.
Este filme pode representar questões de recalque se observarmos Winslow como parte integrante da psique de Thomas Wake, sendo Winslow uma representação do inconsciente que busca emergir para a luz que o farol representa.



Temos o contexto de sexualidade reprimida, o próprio farol pode ser considerado uma representação do falo, além do conceito de polaridade, masculino e feminino.
Existe dentro desta produção inúmeros elementos para as mais profundas análises sobre mente humana, sendo todos eles representados metaforicamente em cada entrelinha do filme, basta estar atento aos sinais.



O fato é que eu poderia escrever muita coisa sobre O farol, ainda mais se eu assistisse pelos menos mais umas três vezes para captar o máximo de informação possível, coisa que provavelmente eu farei em breve rsrs, mas a questão que quero evidenciar é que no meio cinematográfico existem vários diretores aclamados pela qualidade de suas obras e mesmos estes muitas vezes não tocam no ponto X da questão.
É preciso ser muito bom para lidar com contextos tão complexos e ainda ser capaz de  dar este amplo significado a questões  da mente humana, para mim isso torna necessário o trabalho de um cineasta, Eggers de fato tem a habilidade de representar a mente através da arte, isso é tão lindo que emociona.



Talvez ao assistir este filme você não compreenda num primeiro momento o motivo pelo qual me encantei por ele, afinal existem muitas representações que como disse anteriormente podem incomodar, mas acredite grande parte do incomodo pode surgir por reconhecer como nossas as atitudes dos personagens.

Dito isto, espero que você assista e reflita.

Um grande abraço














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